sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Aster Rex + Laracna Wushu

Ontem reavivamos uma antiga campanha nossa, derivada no mesmo universo de uma campanha mais complexa na ambientação/sistema de Aberrant, nossa saudosa Cruzeiro do Sul, que em breve retornará.

Essa mini-campanha envolve dois personagens, focalizando-se em São Paulo, com Aster Rex e Laracna, respectivamente o defensor público estadual e uma vigilante mascarada. Sempre foi um jogo ágil, exatamente por sermos nós dois como jogadores, e um amigo nosso como GM.

Ontem voltamos, mas também para testar Wushu, um sistema de jogo narrativista, que prima pela simplicidade das regras à sua quase inexistência, focalizando-se na resolução de uma cena, ao invés de cada conflito.

Não li o pdf inteiro (aliás, o sistema é gratuito), e certas coisas ainda estão sendo digeridas. Mas, se entendi o que joguei, essencialmente você, quanto mais caprichar em descrições de como fará algo, melhores as chances de você conseguir apresentar a cena. Secundariamente, sim, até mesmo resolver o conflito: mas o sistema não dá a oportunidade de você definí-lo em si.

Não é para todos os gostos, todos os jogos ou todas as situações. Mas, como observou o GM, tem uma enorme facilidade para gerar cenários, exatamente porque não há regras específicas a cada caso para se preocupar. Eu já estou pensando em uma aventura para o ambiente de Jornada nas Estrelas e um cenário pós-apocalíptico que chamarei de A Balada do Cafajeste.

Aster Rex é um personagem que gera e manipula luz solar na forma de escudo de força, raio de energia e efeito atordoante, de uma família bem-nascida, com um título público de herói estadual. Ainda tem o desejo de reunir os "justiceiros mascarados" (um conceito que, em Aberrant, é muito estranho) em uma frente contra o crime -- e assim pode ser resumido. Então, sua ficha passa a ser:

Defensor Estadual 4
Guerreiro da Luz 4
Geração Brasília 4
São Paulo Não Pode Parar 4

Fraqueza: Ele Se Importa

Defensor Estadual é sobre a autoridade, o título que ele ostenta, assim como suas responsabilidades.

Guerreiro da Luz é sobre seus poderes, e sua eficiência de um modo geral, assim como seu uso em combate.

Geração Brasília é sobre suas condições financeiras, background, política, etc.

São Paulo Não Pode Parar reflete os inesperados contatos que ele conhece e mesmo procura, podendo acudir ou prestar informações quando necessário.

Todo o personagem deve ter uma fraqueza, seja o que for: a dele é que ele é um herói, afinal de contas. E Ele se importa.

As descrições são parte da diversão: a idéia é você dar um nome canastrão à coisa toda, como parte da brincadeira. E ainda, se você reparar, não é necessário uma descrição específica para um campo social, outra para o de combate, etc.: mas, às vezes, de acordo com o conceito, você pode ter ali influência de uma descrição em situações diferentes, ao mesmo tempo que não cobre todos os casos.

Como disse, não é para todos os jogadores. É só descrever Sim como descritor, e "seus problemas acabaram". Claro que jogadores que fazem isto devem receber um Não pela cara de pau, isto quando não na mesa.

Os índices valem de 1 a 5, e significam o número de dados (d6) que você irá rolar. Descrições dão mais dados, com um limite, se for o caso, dentro da necessidade da cena. Sucessos individuais.

Dá pra traçar certas raízes históricas desse sistema: a liberdade de criação das habilidades remonta a Castelo Falkenstein, e descrições que apóiam o sistema são de, pelo menos, Exalted.

Uma tese levantada é a de que a feitura de personagens pode se beneficiar se antes os personagens forem feitos em um outro sistema, para ver bem o que eles podem fazer e o que eles não podem fazer originalmente, e ai partir para soluções na adaptação.

Wushu foi escrito para campanhas onde os jogos são de ação, com agilidade nas cenas. Ele não é um sistema que quer ver você poder falhar em algo, ele que ver como você faz algo.

Novamente: não é para todas as rodas, não é para todos os jogadores, não é para todos os jogos, não é para todos os momentos. Mas definitivamente vale à pena conhecer.

Já está na coluna ao lado.